Dada uma função periódica de per
odo
, integrável e absolutamente integrável, que possa ser escrita na forma:
![]() |
(4.14) |
a expressão do lado direito é a série de Fourier de .
Que relação há entre e sua série de Fourier? Será que a igualdade sempre ocorre?
Vamos estudar as condições suficientes para que a função seja igual à sua série de Fourier.
Definition 90. Uma função será seccionalmente cont
nua se ela tiver apenas um número finito de descontinuidades (todas de primeira espécie) em qualquer intervalo limitado. Em outras palavras, dados
, existem
, tais que
é cont
nua em cada intervalo aberto
e existem os limites
e
Observação: Toda função contnua é seccionalmente cont
nua.
Example 91.
não é seccionalmente cont
nua, pois sua descontinuidade em
é de segunda espécie.
Example 92. A função definida por
não é seccionalmente cont
nua, apesar de todas as descontinuidades serem de primeira espécie; acontece, porém, que, no intervalo
, há um número infinito de tais descontinuidades.
Examples de funções seccionalmente contnuas:
Example 93. A função sinal de , definida por
Example 94. A função
Example 95. A função
Definition 96. Uma função será seccionalmente diferenciável se ela for seccionalmente cont
nua e se a função derivada
for também seccionalmente cont
nua.
Observe que a derivada não está definida em todos os pontos: com certeza
não existe nos pontos
onde
é descont
nua; e mais,
pode não existir, mesmo em alguns pontos onde
é cont
nua.
Example 97. As funções dos exemplos (93) - () anteriores saõ seccionalmente diferenciáveis. Vamos pegar o exemplo (94):
Example 98. A seguinte função é contnua, mas não seccionalmente diferenciável:
pois nos pontos onde
é descont
nua, a descontinuidade é de segunda espécie, pois pela regra da cadeia, temos:
, da
,
, que é descont
nua em
com ela sendo de segunda espécie.
Agora enunciamos um resultado que fornece condições suficientes para a convergência da série de Fourier de uma função
Theorem 99.
(Fourier) Seja uma função seccionalmente diferenciável e periódica de per
odo
. Então a série de Fourier da função
dada em (4.14), converge, em cada ponto
, para:
![]() |
(4.15) |
Exerccio 1 Calcular a série de Fourier da função
definida no exemplo 3 acima e traçar o gráfico da função definida por essa série. Compare esse gráfico com o gráfico da função.
Resolução:
Cálculo dos coeficientes: onde o per
odo da função é
da
,
![]() |
para temos:
![]() |
da,
![]() |
resolvendo a integral,temos:
![]() |
![]() |
e
![]() |
de modo análogo para temos
![]() |
![]() |
ou, para
![]() |
e
![]() |
(4.16) |
A série de Fourier de será:
![]() |
Pelo Teorema de Fourier, o gráfico da função definida pela série é dado pela figura 4.3 abaixo.
Exerccio 2 Use os resultados do Exerc
cio 1 para obter uma expressão em série para
Resolução: No ponto , a série de Fourier é igual a 1, em virtude do Teorema de Fourier:
![]() |
logo,
![]() |
![]() |
![]() |
ou, finalmente,
![]() |
que é conhecida como uma série de alternada que converge pelo teste de Leibniz.