Uma série de potências de
é uma série do tipo
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Example 68. A série
é uma série de potências de
![\[ \sum _{n=0}^{\infty } x^ n=1+x+x^2+\cdots +x^ n+\cdots \]](images/img-0497.png)
. Observe que ela é uma série geométrica de razão
. Como a série geométrica só converge se
então a série
só converge se
Neste caso, sua soma é
Podemos então afirmar que
![\[ \dfrac {1}{1-x}=1+x+x^2+\cdots +x^ n+\cdots , \, \, \, |x|<1. \]](images/img-0502.png)
Dada uma série de potências de
,
, usando o teste da razão temos que
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logo,
,
é o raio de convergência da série
.
Theorem 69. Seja
uma série de potências de
. Se
converge para um certo
e diverge para um certo
com
. Então
converge absolutamente para todo
tal que
e diverge para todo
tal que
.
Seja a série
tal que ela converge para
e diverge para
com
. Considere
tal que
temos que
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converge então devemos ter que
, podemos então tomar
tal que
para todo
desse modo, ![]() |
então
e a série
é uma série geométrica convergente. Desse modo, a série
converge, o que implica que a série
converge absolutamente para todo
. Agora suponha que
seja tal que
se, por absurdo, supomos que exista algum
com
e
convirja, então pelo que acabamos de mostrar essa série deve convergir para todo
tal que
assim, como,
então
converge, o que é um absurdo. Então para todo
tal que
a série
diverge. Theorem 70. Seja A série converge somente para A série converge para todo Existe
uma série de potências de
. Então somente uma das alternativas abaixo deve ocorrer.
(R=
)
real. (R=
)
tal que a série
converge para todo
tal que
e diverge para todo
tal que
.
Se não ocorre a primeira nem a segunda situação então existe um
onde
converge e um
com
onde
diverge. Seja
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é uma cota superior de
, tomemos então
Provemos que se
então
. De fato, se
então
não pode ser cota superior de
já que
é a menor das cotas superiores, então deve ter um elemento
de
tal que
então pelo teorema anterior
. Também se
não pertencesse a
então
divergiria e
seria uma cota superior de
o que contradiz o fato de
ser a menor delas, já que
. Por outro lado, se
então
deve divergir, pois se
convergisse
não seria uma cota superior de
o que é absurdo já que
.
é o raio de convergência da série
. Já o intervalo de convergência da série é um dos seguintes intervalos:
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fora desses intervalos a série sempre diverge. E o intervalo
é sempre o intervalo de convergência absoluta da série.
Theorem 71. Seja
uma série de potências de
. Se essa série tem raio de convergência
. Então ela pode ser derivada termo a termo ou integrada termo a termo, isto é,
![\[ \dfrac {d}{dx}\left(\sum _{n=0}^{\infty } a_ n x^ n\right)=\dfrac {d}{dx}\left(a_0+a_1 x+a_2 x^2+\cdots +a_ n x^ n+\cdots \right) \]](images/img-0550.png)
e
![\[ =a_1 +2a_2 x+3a_3 x^2 + \cdots +n a_ n x^{n-1}+\cdots =\sum _{n=1}^{\infty } n a_ n x^{n-1} \]](images/img-0551.png)
essas novas séries obtidas têm o mesmo raio de convergência da série original.
![\[ \int _0^ x \left(\sum _{n=0}^{\infty } a_ n t^ n\right) dt=\sum _{n=0}^{\infty } \int _0^ x t^ n dt=\sum _{n=0}^{\infty } \dfrac {a_ n x^{n+1}}{n+1} \]](images/img-0552.png)
Example 72. Obtenha uma série de potências de
que represente a função
Solução: Observe que
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como
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usando o teorema 71 obtemos
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Example 73. Obtenha uma série de potências de
que represente a função
.
Solução: Note que
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como
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o que nos leva a
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O intervalo de convergência dessa série é
. Isso, porque quando escolhemos
na série de
obtemos a série numérica
que é divergente, por outro lado, se fazemos
na série de
obtemos a série
que converge pelo teste de Leibniz.
Example 74. A série
é absolutamente convergente para todo
real. Que função essa série representa?
Solução:De fato,vemos que
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então pelo teste da razão essa série converge absolutamente para todo
real. Suponha que a série acima represente uma função
, ou seja,
Derivando a função
obtemos
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ou
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ou ainda
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daí
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integrando a igualdade acima obtemos
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ou
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como
obtemos
e
, portanto,
.
Uma série de potências de
é uma série do tipo
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Todos os resultados que obtivemos para as séries de potências de
são válidos para as séries de potências de
com as devidas adaptações.
Example 75. Da série
obtemos
![\[ \dfrac {1}{1+x}=\sum _{n=0}^{\infty } (-1)^ n x^ n, \, \, |x|<1 \]](images/img-0581.png)
integrando termo a termo, de
![\[ \dfrac {1}{1+x^2}=\sum _{n=0}^{\infty } (-1)^ n x^{2n}, \, \, |x|<1 \]](images/img-0582.png)
a
para
, temos
![\[ \operatorname{arctg}x=\sum _{n=0}^{\infty } (-1)^ n \dfrac {x^{2n+1}}{2n+1}, \, \, \, |x|\leq 1 \]](images/img-0584.png)
Example 76. Considere a série
analisemos sobre o intervalo de convergência dessa série.
Solução: Usando o teste da razão
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essa série converge absolutamente se
, que equivale a
e diverge fora desse intervalo. No caso em que
que corresponde a
e
, quando substituimos
nessa série obtemos
que converge e para
obtemos a série
que diverge. Logo, o intervalo de convergência da série
é o intervalo