Uma função de duas variáveis tem máximo local em
se existe uma vizinhança aberta
contendo esse ponto tal que
para todo
em
De forma análoga, a função
tem mínimo local em
se existe uma vizinhança aberta
desse ponto tal que
para todo
em
Se
para todo
no domínio de
então
será o ponto de máximo global de
e
é seu valor máximo, analogamente, se
para todo
no domínio de
então
será um ponto de mínimo global de
e
será seu valor mínimo. Os máximos e mínimos locais de uma função
são os extremos locais de
os extremos também incluem os máximos e mínimos globais de
. Uma região
do plano-xy é limitada, se é uma subregião de um disco fechado, isto quer dizer, que existe um número real
positivo, tal que
![]() |
Se é contínua numa região fechada e limitada
então
tem máximo e mínimo em
, isto é, existem pontos
e
em
tais que
![]() |
Se tem derivadas parciais primeiras contínuas em
e se
é um extremo local de
, então o plano tangente ao gráfico de
em
é paralelo ao plano-xy e, assim, sua equação é
Segue que
e
Definição 14. Seja uma função de duas variáveis. Um par
é ponto crítico de
se
e
ou,
ou
não existe.
Um máximo ou mínimo de uma função , podem ocorrer num ponto fronteira de seu domínio
.
Exemplo 48. Seja , com
. Ache os extremos de
.
Solução: Por definição os pontos críticos de são soluções do seguinte sistema
![]() |
que tem como solução , logo,
é o único extremo da função
e notamos que esse valor é o valor mínimo dessa função e, portanto,
é o ponto de mínimo local de
, que é também o mínimo global de
, já que,
se
. Para achar possíveis extremos na fronteira, investigamos pontos
que estejam na fronteira de
. Um desses pontos é o
que conduz a
. Que é o valor máximo, pois,
![]() |
para todo tal que
. Assim, todos os pontos de fronteira de
serão pontos de màximo de
.
Exemplo 49. Se e o domínio de
é o
, ache os extremos de
.
Solução: Por definição, os pontos críticos são soluções do seguinte sistema:
![]() |
o único extremo local possível é o . Mas se
, então
, e se
, então
. Qualquer disco aberto no plano-xy que contenha o
contém pares nos quais os valores funcionais são maiores do
e também pares em que os valores de
são menores que
Logo,
não possui ponto de máximo nem ponto de mínimo e o ponto
é chamado ponto de sela.
Definição 15. Seja uma função de duas variáveis com derivadas parciais segundas contínuas, ou seja,
. O discriminante
de
é
Teorema 22 (Teste para extremos locais). Seja máximo local de mínimo local de uma função de duas variáveis com derivadas parciais segundas contínuas no disco aberto
que contém
Se
e
, então
é
se
se
Note que implica em
o que implica em
, logo, se
devemos ter também que
e que se
então
Exemplo 50. Seja . Ache os pontos de extremos de
.
Solução: Temos que
![]() |
assim temos o sistema
![]() |
então o único ponto crítico dessa função é Agora temos que
![]() |
logo,
![]() |
e como então o ponto
é ponto de mínimo local de
.
Exemplo 51. Ache os extremos da função na região retangular
.
Solução: Note que o ponto pertence a essa região retangular, e como vimos no exemplo 50 esse ponto é o único ponto crítico dessa função, portanto, dentro dessa região só temos um ponto de mínimo local que é o ponto
. Analisemos agora os pontos de fronteira de
, a fronteira de
consiste de quatro segmentos retilíneos,
,
,
e
que formam o retângulo. Seja
o segmento correspondente a
e
, temos, para esse segmento, que
. Assim obtemos a função
definida para
Procurando um ponto crítico para
temos
o que implica em
e, como,
então esse ponto é ponto de mínimo local no intervalo
assim, o ponto
é, a priori, um ponto de mínimo local em
. Escolhamos agora o segmento
correspondente a
e
obtemos
, procurando um ponto crítico de
temos
, assim,
e
, assim o ponto
é, a priori, ponto de mínimo local de
. Consideremos agora o segmento
correspondente a
e
temos
, desse modo, temos que
obtemos o ponto
que está fora do intervalo
, o que significa que estamos fora da região
. Finalmente, considerando o segmento
correspondente a
e
temos
e daí,
o que implica em
que está fora de
. Agora vamos considerar uma tabela com todos os pontos encontrados e seus respectivos valores de
incluindo os quatro pontos que são os vértices da região
.
Pontos |
Valor de |
Pontos Extremos |
|
Ponto interior de |
|
|
Mínimo local (global) |
Ponto no segmento |
|
|
Mínimo local em |
Ponto no segmento |
|
|
Mínimo local em |
Vértice 1 |
|
|
|
Vértice 2 |
|
|
Máximo global |
Vértice 3 |
|
|
|
Vértice 4 |
|
|
Um ponto é um ponto de sela de uma função
se
,
e, se existe uma bola
, tal que
para algum ponto
e
para algum ponto
.
Teorema 23. Seja uma função de classe
num disco aberto
. Se
,
e
então o ponto
é ponto de sela do gráfico de
.
Exemplo 52. Se , ache os extremos locais e os pontos de sela de
, se existirem.
Solução: As derivadas parciais primeiras de são
![]() |
daí, temos que o sistema
![]() |
o que implica que os pontos críticos de são:
![]() |
temos que
![]() |
assim
![]() |
então temos a tabela
Pontos críticos |
Discriminante |
Valor de |
Conclusão |
(1,1) |
|
|
|
|
|
irrel |
|