Suponhamos que uma superfície
seja o gráfico da equação
e que
tenha derivadas parciais primeiras contínuas. Seja
um ponto de
no qual
,
e
não sejam simultaneamente nulos. uma reta tangente a
em
é, por definição, uma reta
tangente a qualquer curva
de
que contenha
Se
admite a parametrização
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para
em algum intervalo
e se
é o vetor posição de
, então
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Logo,
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é um vetor tangente a
em
Para cada
o ponto
de
também pertence a
e, portanto,
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Fazendo
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com
,
, e
, então, pela regra da cadeia, e como
para todo
, temos
![]() |
Assim, para todo ponto
de
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ou equivalentemente
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Em particular, se
corresponde a
então
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Como
é um vetor tangente a
em
, isto implica que o vetor
é ortogonal a toda reta tangente
a
em
O plano que passa por
com vetor normal
é o plano tangente a
em
. (Mostramos que toda reta tangente
a
em
está no plano tangente em
.)
Teorema 19. Seja
uma função de três variáveis com derivadas parciais primeiras contínuas, e seja
o gráfico de
em
, com
em
então
é normal ao plano tangente a
em
.
O vetor
do teorema 19 é designado como a normal à superfície
em
.
Corolário 4. A equação do plano tangente ao gráfico de
no ponto
é
![\[ F_ x(x_0,y_0,z_0)(x-x_0)+F_ y(x_0,y_0,z_0)(y-y_0)+F_ z(x_0,y_0,z_0)(z-z_0)=0. \]](images/img-0735.png)
Podemos também descrever o plano tangente como
![]() |
Exemplo 44. Ache a equação do plano tangente ao elipsóide
no ponto
Solução: Para usar o corolário 4 expressamos inicialmente, a equação de superfície na forma
onde
![]() |
(3.1) |
As derivadas parciais de
são
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e, então em
temos
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aplicamos o corolário, obtendo
![]() |
ou
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e o vetor normal à superfície
dada pela equação (3.1) é o vetor
![]() |
Se
é a equação de
, e fazendo
, então a equação do corolário 4 toma a forma
![]() |
onde
.
Teorema 20. A equação do plano tangente ao gráfico de
no ponto
é
![\[ z-z_0=f_ x(x_0,y_0)(x-x_0)+f_ y(x_0,y_0)(y-y_0) \]](images/img-0750.png)
A reta perpendicular ao plano tangente no ponto
de uma superfície
é a reta normal a
em
.Se
é o gráfico de
, então a normal é paralela ao vetor
.
Exemplo 45. Ache a equação da reta normal ao elipsóide
no ponto
Solução: Temos que
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daí, a reta normal ao elipsóide é
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com
variando em
Seja
o gráfico da equação
O plano tangente a
no ponto
permite obter uma interpretação geométrica para a diferencial:
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Como
![]() |
o ponto
está em
Seja
um ponto no plano tangente, e consideremos os pontos
e
Como
está no plano tangente suas coordenadas vericam a equação do plano tangente, isto é,
![]() |
![]() |
0u seja,
,
é a distância de
ao ponto do plano tangente, diretamente acima (ou abaixo) de
Suponha que temos uma função
de três variáveis dada por
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se o ponto
é um ponto fixo, então o gráfico da equação:
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é a superfície de nível que passa pelo ponto
Em todo ponto dessa superfície o valor de
é sempre o mesmo
Pelo teorema 19,
,
e
são vetores normais às suas superfícies correspondentes nos pontos
,
e
, respectivamente.
Vimos que a taxa máxima de variação de
em
ocorre na direção do gradiente de
, nesse ponto, isto é na direção de
. Pelo que vimos, esta taxa máxima de variação ocorre na direção que é normal à superfície de nível de
que contém
Teorema 21. Seja
uma função de três variáveis diferenciável em
e
a superfície de nível de
que contém
. Se
então este vetor gradiente é normal a
em
Assim a direção da taxa máxima de variação de
em
é normal a
Exemplo 46. Se
esboce a superfície de nível de
que passa pelo ponto
, diga quem é
Solução: As superfícies de nível de
são gráficos de equações da forma
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Como
a superfície de nível que passa por
é o gráfico da equação
, isto é,
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Esta superfície é o parabolóide circular com concavidade para baixo e com vértice no ponto
O gradiente de
é:
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e em
temos que
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Exemplo 47. Seja Trace a curva de nível Discuta o significado de (1) em torno do gráfico de
de
que passa pelo ponto
e esboce
Solução:
assim
(elipse) e
o que implica em
O gráfico de
é um parabolóide elíptico, a equação
é a curva de nível de
correspondente a
e o
é a direção da taxa máxima de variação de
no ponto
.