Definição 4. Seja
,
,
e
denotam o incremento de
e
, respectivamente. O incremento
de
é:
![\[ \Delta w=f(x+\Delta x, y+\Delta y)-f(x,y). \]](images/img-0293.png)
Exemplo 23. Seja
(a) se
e
são incrementos de
e
determine
. (b) Use
para calcular a variação de
quando
varia de
a
.
Solução: Seja
![]() |
![]() |
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![]() |
.
Teorema 6. Seja
definida em
suponhamos que
e
existem em
e sejam contínuas em
. Se
e
então
onde
![\[ \Delta w=f_ x(x_0,y_0)\Delta x+f_ y(x_0,y_0)\Delta y+ \varepsilon _1 \Delta x+\varepsilon _2 \Delta y \]](images/img-0306.png)
Definição 5. Seja As bluediferenciais A bluediferencial da variável dependente
e sejam
e
incrementos de
e
, respectivamente.
e
das variáveis independentes
e
são
e
.
é
![\[ dw=f_ x(x,y)dx+f_ y(x,y)dy. \]](images/img-0313.png)
Exemplo 24. Se
calcule
.
Solução:
![]() |
![]() |
.
Definição 6. Seja
a função
é bluediferenciável em
se
puder ser escrita como:
onde
![\[ \Delta w=f_ x(x_0,y_0)\Delta x+f_ y(x_0,y_0)\Delta y+ \varepsilon _1 \Delta x+\varepsilon _2\Delta y \]](images/img-0320.png)
e
são funções de
e
e
Diz-se que uma função
é bluediferenciável numa região
se
é diferenciável em todos os pontos de
.
Teorema 7. Seja
e se
e
são contínuas numa região
então
diferenciável em
.
Prova: Consequência do teorema
.
Teorema 8. Se uma função
é diferenciável em
então ela é contínua nesse ponto.
Prova:
![]() |
![]() |
Fazendo
e
obtemos
![]() |
segue que
![]() |
logo
é contínua.
Corolário 1. Se
é uma função de duas variáveis e se
e
são contínuas numa região retangular
então
é contínua em
.
Prova: Segue diretamente do teorema 8.
Exemplo 25. Seja
Então
![\[ f(x,y)=\begin{cases} \dfrac {xy}{x^2+y^2}\, (x,y)\neq (0,0)\\ 0, \, (x,y)=(0,0) \end{cases} \]](images/img-0330.png)
,
existem;
não é contínua em
;
não é diferenciável em
.
De fato, temos que
![]() |
Analogamente,
, portanto, essas derivadas parciais de
existem no ponto
mas, nota-se que elas não são contínuas na origem. Também vemos que
![]() |
o que implica que
não é contínua na origem, logo
não pode ser diferenciável.
Seja
uma função de três variáveis então seu incremento será
![]() |
e também teremos que
![]() |
onde
.
Definição 7. Seja
as diferenciais de
,
e
são:
e a diferencial de
![\[ dx=\Delta x, \quad dy=\Delta y, \quad dz=\Delta z \]](images/img-0340.png)
é:
![\[ dw=\frac{\partial w}{\partial x}dx+\frac{\partial w}{\partial y}dy+\frac{\partial w}{\partial z}dz. \]](images/img-0341.png)
Exemplo 26. Suponha que as dimensões de uma caixa retangular varia de Obtenha uma aproximação da variação do volume. Ache a variação exata do volume.
para
.
onde
Solução:(a)
![]() |
(b)
Suponhamos
definida numa região
do espaço tridimensional e suponha que existam
,
e
em
e que sejam contínuas em
Se dermos a
,
,
incrementos
,
,
, respectivamente, então o incremento de
correspondente é:
![]() |
Podemos escrever este incremento na forma:
![]() |
onde
Definição 8. Seja As diferenciais A diferencial
e sejam
,
e
incrementos de
,
e
, respectivamente.
,
e
de
,
e
são
![\[ dx=\Delta x, \quad dy=\Delta y, \quad dz=\Delta z. \]](images/img-0354.png)
da variável dependente
é
![\[ dw=\dfrac {\partial w}{\partial x}dx+\dfrac {\partial w}{\partial y}dy+\dfrac {\partial w}{\partial z}dz. \]](images/img-0355.png)
Pode-se usar
como aproximação de
se os incrementos de
,
e
são pequenos.
Definição 9. Seja
aberto, e
. Dizemos que
é diferenciável em
se, e somente se, existirem reais
e
tais que
![\[ \lim _{(h,k)\to (0,0)} \dfrac {f(x_0+h,y_0+k)-f(x_0,y_0)-a\cdot h-b\cdot k}{\| (h,k)\| }=0. \]](images/img-0358.png)
Observação 2. Podíamos também definir a diferenciabilidade de
em
como:
onde
![\[ f(x_0+h,y_0+k)=f(x_0,y_0)+a\cdot h+b\cdot k+R(h,k) \]](images/img-0359.png)
Teorema 9.
Se
for diferenciável em
então
é contínua em
.
Prova: Sendo
diferenciável em
, existem reais
e
tais que
![]() |
onde
Como
e
resulta que
é contínua em
.
Teorema 10. Seja
aberto, e
. Se
for diferenciável nesse ponto, então
admitirá derivadas parciais nesse ponto.
Prova: Seja
diferenciável no ponto
então existem
e
tais que
![]() |
(2.5) |
onde
Segue de (2.5) que
![]() |
ou
![]() |
e, portanto,
![]() |
Analogamente,
![]() |
Teorema 11. Seja
aberto, e
. Tem-se que
é diferenciável em
se, e somente se,
admite derivadas parciais em
e
Observação 3. Devemos notar que as seguintes condições devem ser satisfeitas para a diferenciabilidade de uma função Se uma das derivadas parciais em Se Se
:
não existem então
não é diferenciável.
e
existem em
mas o item 1 não é satisfeito então
não é diferenciável.
não é contínua então
não é diferenciável.
Exemplo 27. Mostre que a função
é uma função diferenciável.
Solução: Temos que
![]() |
e
![]() |
Em
temos que
![]() |
o mesmo vale para
, logo
é diferenciável.
Exemplo 28. Considere a função:
é diferenciável em
?
Solução|:
![]() |
![]() |
Como
![]() |
então,
![]() |
logo,
![]() |
assim,
![]() |
esse limite não existe, o que implica que o limite
![]() |
não existe. Portanto,
não é diferenciável. Note que
é contínua, pois,
![]() |
Exemplo 29. A função
é diferenciável em
![\[ f(x,y)=\begin{cases} \dfrac {yx^2}{x^4+y^2}, \, (x,y)\neq (0,0)\\ 0, \, (x,y)=(0,0) \end{cases} \]](images/img-0385.png)
?
Solução:
não é contínua em
, logo não é diferenciável.