Breve História dos Vestibulares da UFPB
(por Lenimar Nunes de Andrade)




Primeiras provas

As primeiras provas de Vestibular da UFPB que podem ser encontradas nos arquivos da COPERVE datam do início dos anos 60. São provas que foram feitas usando-se máquina de escrever e mimeógrafo. Até 1979 o tamanho era o de uma folha comum de papel ofício, aproximadamente 21 cm x 32 cm.

Nos anos 60 as provas eram subjetivas, do tipo "resolva este problema" ou "complete as lacunas nas frases abaixo". Às vezes, quando tinha alguma questão para assinalar a alternativa correta, as alternativas eram U, V, X, Y, Z, em vez do A, B, C, D, E utilizados hoje em dia.

Naquela época, a comissão responsável pela elaboração do Vestibular chamava-se Comissão de Coordenação do Concurso de Habilitação.

A década de 70

A partir de 1971 a comissão responsável passou a se chamar Comissão Executiva do Concurso Vestibular e as provas passaram a ser corrigidas utilizando-se computador. Até 1970 tudo era corrigido "a mão".

É curioso observar que em 1970, na folha de respostas da prova de Matemática, a ordem das alternativas era B, C, D, E, A. Nela, podia-se ler a seguinte observação: "Para evitar engano na assinalação das respostas nesta folha, observe que as letras da primeira linha não estão em ordem alfabética".

Desde o final dos anos 60 até 1977 as provas eram formadas exclusivamente por questões objetivas, do tipo escolher uma alternativa correta entre cinco propostas. Nos anos 70, as provas eram aplicadas em 4 dias, geralmente das 8 às 11 horas:

  • Prova de Matemática (com 50 questões)
  • Prova de Comunicação e Expressão (Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Língua Estrangeira).
  • Prova de Estudos Sociais (História, Geografia, OSPB)
  • Prova de Ciências Físicas e Biológicas (Química, Física e Biologia)

A partir de 1978 a prova de Matemática teve uma redução no número de questões e passou a dividir espaço com outra disciplina. Inicialmente, era feita com Física; depois, com outras disciplinas.

Provas em formatinho

A partir de 1980 as provas passaram a ser impressas no formato reduzido (15,5 cm x 21 cm) que ainda hoje é utilizado. Abandonou-se a partir dessa data a idéia de aplicação de duas provas distintas no mesmo dia, de conteúdos muito semelhantes, chamadas prova par e prova ímpar.

Também é a partir dessa data que a comissão que elabora o Vestibular passou a se chamar COPERVE, trocando a palavra "Executiva" usada na década de 70 pela palavra "Permanente", ainda hoje utilizada.

Vestibular em duas etapas

Nos anos de 1986 a 1989 e de 1994 a 1999, o Vestibular foi dividido em duas etapas: uma primeira etapa eliminatória (vulgarmente conhecida como peneirão) e uma segunda etapa da qual participavam apenas os candidatos classificados na primeira etapa.

Inicialmente, as provas da primeira etapa foram constituídas somente por questões objetivas. Depois, as provas da primeira etapa passaram a incluir também questões do tipo aberta, com resposta sendo um número inteiro de 0 a 99.

As provas da segunda etapa eram constituídas de questões objetivas ou questões abertas. Mas, devido a uma fraude no vestibular de 1993 promovida por professores de cursinhos de João Pessoa, a partir de 1994 as provas da segunda etapa passaram a ser formadas somente de questões subjetivas, respondidas por escrito.

Vestibular digitado em computador

O Vestibular 93 foi o primeiro a ser completamente digitado em computador. Foi usado o famoso TEX na digitação dos textos de todas as provas e, conseqüentemente, o resultado foi uma excelente apresentação gráfica. A partir de 1994 as provas passaram a ser digitadas com o MS Word.

Cartões versus folhas de leitura

De 1971 a 1992 foram usados cartões como o do seguinte modelo: (que corresponde ao gabarito oficial da prova de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira, Língua Inglesa e Estudos Sociais da 1a etapa do vestibular de 1988)

Desde 1993 vêm sendo utilizadas folhas de leitura ótica, como a do seguinte exemplo:

No cartão era feita uma perfuração para cada uma das questões da prova. Na folha de leitura um pequeno campo deve ser preenchido (pintado) para cada questão.

Dois vestibulares em um mesmo ano

Em 1995 houve dois vestibulares, um no início e outro no meio do ano. Apesar disso ter sido difícil de acontecer recentemente, era bastante comum nos anos 70. O resultado não foi o que se esperava e a idéia de dois vestibulares foi descartada, mais uma vez.

Eternamente experimentando

Inúmeras mudanças têm sido feitas nas regras do Vestibular da UFPB. Essas mudanças ainda vêm ocorrendo atualmente. É como se vivêssemos eternamente em uma situação experimental, muitas vezes sem levar em conta os erros e os acertos do passado.

Algumas mudanças introduzidas foram passageiras (por exemplo, a aplicação de tipos diferentes de provas, dependendo da opção do candidato) enquanto que outras mudanças vieram para ficar (como a introdução da redação nas provas de 1978).

E eis que surge o PSS ...

A partir de 2000 foi introduzido o PSS - Processo Seletivo Seriado, cuja principal característica é o conteúdo programático do Concurso Vestibular poder ser fragmentado em três, aplicando-se uma prova ao término de cada série do ensino médio.

Uma das críticas feitas ao PSS tem sido a especialização no ensino da 3a série, por exemplo com uma incompreensível ausência da prova de Língua Estrangeira para todos os candidatos e também da prova de Matemática para os candidatos de alguns cursos.

Provas anuladas no PSS 2003

Pela primeira vez na história dos vestibulares da UFPB um vestibular teve algumas de suas provas anuladas devido a fraudes que foram comprovadas. Alguns professores de cursinhos obtiveram as provas da 3a série do PSS 2003 que haviam sido impressas em uma gráfica de João Pessoa e divulgaram seus conteúdos em "bizuradas". Os nomes dos envolvidos foram amplamente divulgados pela imprensa local. Os prejuízos foram enormes principalmente para os candidatos que refizeram em fevereiro de 2003 as provas que haviam sido realizadas em dezembro de 2002.




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